Por: Sanderson Aron
Engenheiro Eletricista | CREA: 2119048266RN
Existe quem tenha medo, mas também quem ame viajar de avião! E com essa pandemia, então, tá dando uma saudade de voar, né?
Pois vamos matar essa saudade falando um pouquinho dessas máquinas fantásticas que deram ao homem a capacidade de conquistar os céus. E no voo de hoje, vamos um pouquinho além, com destino a um assunto que tem tudo a ver com a gente: aviões movidos a energia solar!
COMO É POSSÍVEL?
Mas como seria possível desenvolver e aplicar essa possibilidade em um meio de transporte tão complexo e fascinante como um avião? É aí que os desafios começam a decolar.
AVIÕES SOLARES PIONEIROS
Desde a década de 1970 já existem projetos em andamento para aeronaves nesta categoria. Muitos, inclusive, já conseguiram sair do papel – e da pista de decolagem – ainda naquela época!
É o caso do primeiro modelo a realmente voar movido por painéis solares: o norte-americano Astroflight Sunrise, que decolou em novembro de 1974. Era uma aeronave pequena e não-tripulada (ou seja, sem um piloto ou passageiro).
Cinco anos depois, chega um avanço: o Mauro Solar Riser realiza em 1979 o primeiro voo tripulado (só com um piloto) movido a energia solar. Dali em diante, a coisa ganhou força e inúmeros outros modelos e projetos foram ganhando vida.
DESAFIOS DE ENGENHARIA
Apesar de tantas conquistas, a utilização da energia solar para uso em larga escala na aviação civil (transportando centenas de passageiros) ainda está um pouco distante da realidade. Isso porque fabricar aeronaves desse porte e com esse tipo de geração de energia ainda é um desafio a ser vencido pela engenharia.
Um dos principais problemas é o peso: transportar painéis solares e ainda baterias no corpo de um avião acaba invariavelmente deixando o veículo mais pesado, atrapalhando a leveza necessária que ele precisa para voar. Aliás, a própria duração das baterias também influencia diretamente na sua autonomia (tempo em voo sem precisar reabastecer).
Além do peso, diversos outros fatores ainda são um desafio para o desenvolvimento e utilização total de um avião solar de passageiros, tais como:
- a incidência de luz não ser sempre constante nos painéis (isso traria problemas como fazer uma curva ou voar à noite, por exemplo);
- a impossibilidade de carregar mais peso (carga e passageiros) além das baterias e painéis;
- problemas aerodinâmicos (o desenho ideal de um avião solar para que ele possa se manter no ar com o mínimo de estabilidade);
- ser capaz de desenvolver velocidade adequada: os aviões solares atuais só alcançam no máximo 150km/h – para se ter uma ideia, apenas pra sair do chão, um avião de passageiros convencional precisa atingir no mínimo 248km/h!
ENQUANTO ISSO, A CIÊNCIA SAI NA FRENTE
Mas enquanto não temos um avião de passageiros movido a energia solar, já é possível utilizar outros em menor escala para fins científicos. Diversas instituições e países já utilizam aeronaves não-tripuladas que funcionam dessa forma: são chamados de “satélites atmosféricos”, pois operam em grandes altitudes mas ainda dentro do planeta.
Como exemplo, há aviões solares desenvolvidos para captar dados meteorológicos, e outros que também funcionam para fins de comunicação – como o já citado do Facebook.
E enquanto isso ainda não é viável, podemos nos orgulhar de pelo menos uma coisa: a própria ciência astronáutica já se vale há muito tempo da energia solar, pois até hoje, os satélites, sondas e outros veículos espaciais lançados à órbita da Terra ou às profundezas do espaço utilizam painéis fotovoltaicos para gerar sua própria energia. É o caso também da Estação Espacial Internacional (ISS), que esbanja grandes e belíssimos painéis solares responsáveis por gerar sua energia e manter viva a tripulação que mora lá. Mas vamos deixar pra voar mais alto nesse assunto em um próximo post!
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